Agrolink - Leonardo Gottems
Segundo dados da TF Agroeconômica desta sexta-feira, os mercados de grãos abriram o dia com comportamentos distintos: o trigo e a soja apresentaram valorização, enquanto o milho manteve estabilidade. O trigo foi impulsionado pelas boas exportações da próxima safra, próximas ao teto das expectativas, além da persistência dos conflitos no Mar Negro, que dificultam as exportações da região.
No Brasil, entretanto, a demanda fraca por farinha compromete a movimentação interna, sobretudo no Rio Grande do Sul. Ao mesmo tempo, o trigo argentino apresenta forte desvalorização e o dólar segue em queda. O preço no Paraná, segundo o Cepea, está em R$ 1.571,96 (-0,25% no dia), enquanto no Rio Grande do Sul é de R$ 1.471,23 (-0,18%).
No mercado da soja, o impulso veio da valorização do óleo de soja, favorecido pela quase paralisação das importações de óleo de cozinha nos EUA, resultado das tarifas de 145% impostas pelo governo norte-americano. Por outro lado, pesa negativamente a forte pressão de venda da Argentina, cujos produtores buscam evitar custos com fretes e armazenagem, antes da retomada das retenções prevista para 30 de junho. A cotação da soja no Cepea ficou em R$ 132,14 (-0,34% no dia), e em Assunção, Paraguai, caiu para US$ 354,84 (-5,58%).
O milho teve um início de dia sem variações significativas, refletindo a atuação de forças opostas. Por um lado, fundos de investimento mantêm uma postura cautelosa, sem ver motivos para altas diante das boas condições das lavouras e incertezas tarifárias. Por outro, o volume de exportações segue firme, com destaque para as compras mexicanas que já somam 20,3 milhões de toneladas na temporada, mesmo com previsão de tarifas elevadas. No Brasil, o milho foi cotado pelo Cepea a R$ 80,13, com queda de 0,30% no dia e recuo de 8,64% no mês.