NAPERVILLE, Illinois, 5 de maio (Reuters) - Os agricultores dos EUA encontraram poucos problemas com o plantio de milho nesta primavera, e o futuro próximo não terá barreiras.
O clima seco e geralmente quente no Cinturão do Milho até meados do mês deve ser favorável para os agricultores do maior exportador do mundo plantarem os grãos.
Sempre que o plantio de milho nos EUA se move a uma taxa média ou acima da média, os analistas geralmente começam a considerar duas coisas.
Primeiro, eles ponderam se isso poderia aumentar ainda mais o potencial aumento de hectares plantados de milho entre as pesquisas de março e junho do governo.
Em segundo lugar, eles avaliam se o plantio eficiente poderia limitar as perdas de produtividade devido ao mau tempo. A ideia é que o milho passaria por seu período crítico de polinização antes da parte mais quente do verão.
Dados do Departamento de Agricultura dos EUA mostram que o plantio de milho nos EUA estava 40% concluído até domingo, um pouco acima da média de cinco anos de 39%. No entanto, essa diferença pode aumentar até meados do mês, devido à previsão climática favorável.
Mas o que esse progresso pode significar para os hectares e a produtividade?
ACRES
A pesquisa de março do USDA mostrou que os agricultores americanos plantariam 95,3 milhões de acres de milho em 2025, um recorde em 12 anos. Alguns analistas na época temiam um número muito maior, embora agora esse cenário pareça uma possibilidade real para a pesquisa de junho.
Mas será que o plantio oportuno significa que o aumento da área plantada poderia ser ainda maior? A resposta curta é não, por si só não.
Por um lado, a área plantada com milho nos EUA quase sempre aumenta entre as safras de março e junho.
Esse foi o caso em 15 dos últimos 20 anos.
Ironicamente, dos cinco anos em que a área plantada com milho caiu de março a junho, três apresentaram ritmos muito rápidos de plantio no início de maio.
O plantio lento certamente limita os ganhos de área plantada de março a junho, mas grandes saltos ocorreram tanto em cenários de plantio médio quanto em cenários de plantio rápido no início de maio. E os maiores saltos não eram mais prováveis de ocorrer com um ritmo de plantio cada vez mais acelerado.
Analisar os anos específicos associados aos grandes ganhos de área plantada com milho entre março e junho (incluindo 2007, 2009, 2021, 2023 e 2024) pode sugerir que o movimento foi mais impulsionado pelo mercado.
RENDIMENTOS
Os dados sugerem que o plantio mais rápido e precoce do milho não tem um impacto significativo nos resultados de produtividade.
Por exemplo, houve 12 anos nas últimas três décadas em que o plantio de milho estava pelo menos 50% concluído em 4 de maio, bem acima dos níveis atuais e médios para fins de demonstração.
A produtividade final do milho ficou mais de 1% abaixo da tendência inicial de produtividade do USDA em cinco desses anos, e a produtividade ficou acima da tendência em 1% ou mais em quatro deles. A seca de 2012 foi uma temporada notável em que o plantio rápido precedeu produtividades terríveis, ao contrário da ideia comum.
O plantio lento parece ter uma influência muito maior sobre a produtividade. Dos cinco anos que apresentaram os menores ritmos de plantio no início de maio, a produtividade ficou visivelmente abaixo da tendência em quatro deles e apenas na média no quinto.
O QUE É MÉDIA?
Nos últimos anos, o milho tem sido plantado, em média, um pouco mais tarde do que no longo prazo, e a soja provavelmente é a culpada.
Até domingo, os agricultores haviam plantado 30% da área pretendida para a soja, um recorde para a data. A área relativamente pequena que eles almejam provavelmente contribui para esse feito.
Mas o ritmo recorde pode refletir mais um novo normal do que um esforço genuinamente rápido.
Publiquei uma enquete no X para agricultores dos EUA na segunda-feira perguntando se eles estão plantando seus feijões mais cedo do que há cinco a sete anos, principalmente no que diz respeito ao plantio de feijões antes do milho.
Dos quase 400 agricultores entrevistados até o final da tarde de segunda-feira, cerca de 49% disseram ter antecipado significativamente o plantio de feijão em suas propriedades. Cerca de 19% disseram que não houve mudança significativa e 32% disseram que a mudança foi moderada.
Muitos produtores americanos têm afirmado nos últimos anos que o plantio antecipado do feijão está associado a um maior potencial de produtividade. Um dos principais motivos é que as plantas podem aproveitar mais a luz solar – um componente essencial para grandes produtividades de feijão – antes do pico de duração do dia, por volta de 21 de junho.
Embora esse fenômeno possa continuar a atrasar as datas médias de plantio de milho nos próximos anos, é provável que isso seja irrelevante para este ano, especialmente se o clima favorável ao trabalho de campo continuar até o final do mês.
Karen Braun é analista de mercado da Reuters. As opiniões expressas acima são dela.
Texto de Karen Braun Edição de Matthew Lewis
