Fonte: Notícias Agrícolas | Por: Raphaela Ribeiro

Os preços do café registram forte alta nas bolsas internacionais nesta segunda-feira, com ganhos acima de 2% no início da tarde. A valorização é sustentada por estoques baixos e oferta limitada, segundo análise do Rabobank. Fatores geopolíticos, como os conflitos no Mar Vermelho, e incertezas sobre tarifas de importação nos Estados Unidos adicionam ainda mais volatilidade ao mercado.

Destaques do mercado:

• Café arábica operava com alta expressiva:

  • Maio/25: +175 pontos, cotado a 378,00 cents/lbp

  • Julho/25: +955 pontos, a 375,20 cents/lbp

  • Setembro/25: +935 pontos, a 371,85 cents/lbp

  • Dezembro/25: +885 pontos, a 366,35 cents/lbp

• Café robusta apresenta variações mistas:

  • Maio/25: queda de US$ 106, a US$ 4.816/tonelada

  • Julho/25: alta de US$ 91, cotado a US$ 4.956/tonelada

  • Setembro/25: +US$ 86, a US$ 4.946/tonelada

  • Novembro/25: +US$ 77, a US$ 4.907/tonelada

Análise de mercado:
A Pine Agronegócios reforça que os Estados Unidos seguem como o maior comprador individual do café brasileiro. No entanto, a imposição de tarifas por parte do governo Trump, somada aos preços mais elevados da commodity, pode impactar esse ritmo de importações. Caso contrário, a demanda seguirá firme, sustentando a tendência de alta.

Déficit global:
O analista Marcelo Fraga Moreira, da Archer Consulting, aponta que mesmo com uma produção robusta — Brasil com 64 milhões de sacas, Colômbia com 15 milhões e Vietnã com 28,4 milhões — o mundo ainda enfrentará um déficit entre produção e consumo que pode variar de 9 a 17 milhões de sacas. Se a estimativa da Conab se confirmar, o déficit global pode ultrapassar 15 milhões de sacas, mantendo o índice de estoque/consumo em níveis críticos, abaixo dos 3%.