GENEBRA, 26 de maio (Reuters) - Menos de 5% das terras agrícolas de Gaza podem ser cultivadas devido a danos e restrições de acesso, "exacerbando o risco de fome na área", de acordo com uma avaliação da ONU publicada na segunda-feira.

"Esse nível de destruição não é apenas uma perda de infraestrutura — é um colapso do sistema agroalimentar de Gaza e de suas linhas de vida", disse Beth Bechdol, vice-diretora-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, que produziu a avaliação juntamente com o Centro de Satélites da ONU.

Antes do início da guerra entre Israel e o Hamas, há mais de 19 meses, os agricultores de Gaza cultivavam uma variedade de produtos, incluindo frutas cítricas, tâmaras e azeitonas, apesar da área estar entre as mais densamente povoadas do mundo.Agora, meio milhão de pessoas enfrentam a fome , de acordo com um monitor global da fome, em meio às restrições israelenses à importação de alimentos após um bloqueio de 11 semanas.

No total, apenas 688 hectares, ou 4,6% do total, estão disponíveis para cultivo, disse a avaliação da ONU.

O relatório mostrou que mais de 80% das terras agrícolas de Gaza foram danificadas na guerra. Um total de 77,8% não está acessível, segundo o comunicado, com base em uma avaliação da ONU sobre locais restritos e ordens de evacuação israelenses.

O relatório descobriu que quase três quartos das estufas foram danificadas na guerra e mais de 80% dos poços, de acordo com a avaliação baseada em imagens de satélite de alta resolução.

O comunicado descreveu a situação como "particularmente crítica" na área sul de Rafah e nas áreas norte, onde quase todas as terras cultiváveis ​​são inacessíveis.

Reportagem de Emma Farge. Reportagem adicional de Nidal Al Mughrabi. Edição de Rachel More e Mark Potter.